O Projeto Rumo Sul está quase concluído. Ainda falta chegar à origem de tudo, Porto Alegre, mais precisamente em Viamão, onde passei dias e noites na beira do fogo ou na sombra, sentado sobre mapas, calculando roteiros. Li muitos livros e relatos de viagens na internet, pensei em problemas, soluções, em roupas e peças para a moto, em medicamentos, no vento e no frio.

Estava determinado e passei o último ano dedicado a isto. Então, foram chegando os parceiros. Primeiro o Graciano, que abraçou a causa com muita energia e vitalidade e caminhou junto na preparação. Quase na reta final surgiram a Ana e o Carlão, que fizeram uma corrida contra o tempo antes da grande maratona. Na última hora apareceram o Jorge e a Denise que embarcaram sabendo apenas que o rumo era sul. E no último minuto, Cátia, minha companheira de sempre na estrada subiu na garupa e partimos.

Confesso que a princípio temi fazer uma jornada tão grande e complexa com um grupo desse tamanho, mas a decisão de ir estava tomada. Também pensei em rotas de retorno em vários pontos do trajeto para o caso de algum contratempo ou desistência no caminho. Mas tinha muita energia envolvida e tudo favoreceu o nosso sucesso.

Sempre fui mencionado como mentor ou pai da ideia, e ouvi alguns agradecimentos. Mas acho que não é para tanto. Todos fomos livres para decidir o que fazer, e não poderia ser diferente. E para minha alegria cada um foi ao fim do mundo com seus próprios meios. Com sua determinação, habilidade, alegria e força de vontade. Portanto, eu é que estou grato às forças que conspiraram para que tudo corresse bem. Aos credos de cada um que trouxeram bons auspícios e proteção, aos que ficaram acompanhando nossa caminhada e passando muita energia, aos que não conseguiram se manifestar mas estavam ligados, às pessoas que encontramos pelo caminho e nos foram exemplo ou deram dicas e ajuda. Às forças da natureza que nos permitiram avançar e nos mostraram o quanto somos insignificantes diante de sua vontade. Agradeço muito às mães, pais e filhos que ficaram e entre lágrimas rezaram por nós.

Amanhã cedo voltarei para estrada muito mais tranquilo em saber que todos chegaram bem e agora falta só um pedacinho. Levamos conosco alforges, baús e malas de tanque cheios de histórias pra contar.

O blog continuará no ar com fotos e as poucas e boas que aprontamos por aí.

Abraços a todos.